O mercado de comunicação corporativa é predominantemente dominado por quem tem formação em jornalismo. O perfil de colaboradores em agências e assessorias de imprensa tem um elemento em comum. Além da especialização jornalística, há uma quantidade expressiva de profissionais (jornalista) com ampla experiência e passagens em redações que, agora, exercem as funções do “outro lado do balcão”.
Ricardo Viveiros
No mercado, há diversos cases de sucesso de jornalistas que trocaram o ambiente de redação para atuar em escritórios de agências. Ricardo Viveiros, fundador e presidente da Ricardo Viveiros & Associados, é um grande exemplo. O jornalista acumula em seu currículo passagens por importantes diários, revistas, emissoras de TV e rádio, como Folha de S. Paulo e Globo. Há pelo menos 30 anos, ele decidiu trocar o lado do balcão. Com sua experiência em anos de redações, fundou a agência RV&A que há tempos figura entre as principais empresas do setor.
Marc Tawil
Outro a se aventurar na mudança de função foi Marc Tawil. Jornalista por formação, o profissional iniciou a carreira ainda como editor e repórter. Após passagem por Estadão e Jovem Pan e um longo período de experiências por redações, sendo inclusive repórter na BandNews FM, migrou para atuar diretamente em comunicação corporativa. Há quase 10 anos, fundou a sua própria agência, a Tawil Comunicação. A empresa tem know-how em relações públicas, com ênfase em assessoria de imprensa. Hoje, também influenciador digital, carrega a alcunha de “Top Voices” no Linkedin. Além disso, atua dos dois lados da moeda. É apresentador do podcast ‘Autoperformance’.
Raquel Rodrigues
Mas os cases de sucesso não se restringe tão somente a profissionais que migram do jornalismo de redação para empreender em comunicação. Há, também, quem “pulou” o balcão para atuar em companhias. É o caso da jornalista Raquel Rodrigues..Em redação, passou pelo Sistema Globo de Rádio, como produtora e repórter. Em comunicação corporativa, trabalhou para a agência Ricardo Viveiros & Associados e para entidade filantrópica Pró-Saúde. Atualmente, ela exerce a função de assessora de imprensa na Tawil Comunicação.
Jornalista de redação em comunicação corporativa
Networking e fontes
Profissionais de comunicação corporativa que carregam em sua bagagem passagens por redações costumam ter boas cartas na manga para exercer a nova função. Afinal, o relacionamento é peça-chave na troca entre jornalistas de redação e assessores de imprensa. Por isso, o networking, sem dúvidas, vai pesar a favor na hora de enviar uma sugestão de pauta para ex-colegas de profissão, por exemplo.
Executar o networking de forma consciente, certamente renderá um bom mailing list para trabalhar. Uma lista de contatos selecionados (conhecidos) rende resultados mais expressivos ao comparar com uma base de e-mails desconhecidos. Seja em comunicação corporativa — para enviar release –, seja em marketing digital — e-mail marketing. Claro, nada substitui a necessidade de manter a qualidade na produção de conteúdo. Mas, a ponte para efetuar o contato é extremamente estreitada em cenários como esse.
Jornalista que é jornalista costuma ter um seleto grupo de fontes quase que exclusivas. Afinal, as melhores pautas costumam surgir de informações dos próprios contatos. Conforme o tempo de “casa”, exercendo a função nas redações, o tamanho dessa lista de contatos pode ser considerável. Ao trocar a redação por alguma agência, o profissional em questão pode se “aproveitar” dos portadores de informação para trabalhar em determinadas pautas de acordo com o tipo de ação que será executado junto ao assessorado.
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Editoriais e conteúdo
Outro fator que contribui para quem migra de função é conhecer a fundo o dia a dia do outro lado balcão. O assessor de imprensa que já atuou em redação sabe muito bem a rotina dos colegas. Isso faz muita diferença. Afinal, saber as preferências e exigências das redações impactam diretamente no trabalho de comunicação corporativa.
Por exemplo, questões editoriais costumam interferir no aproveitamento ou não de alguns releases. O a data e o horário do envio do material informativo e até mesmo o follow up são outros fatores que impactam diretamente no resultado final. Atuar em assessoria de imprensa e usufruir das melhores práticas contribui para melhorar a performance.
Enviar um release para veículos de rádio, sem uma sonora, certamente não terá êxito. Construir uma sugestão de pauta que em determinado momento do enfoque vá contra o editorial de determinado veículo também é desperdício de trabalho. E o jornalista de redação que muda de lado no balcão e passa a atuar como assessor já chega no mercado de comunicação corporativa com esse conhecimento a favor. E faz muita diferença.
Funções semelhantes
Em assessoria de imprensa há inúmeras funções que são executadas também nas redações jornalísticas. Há muita coisa em comum em ambas funções. Por exemplo, a produção de conteúdo precisa ser relevante e verídica pelos dois lados. Além disso, é primordial e faz parte das boas práticas que sejam assuntos de interesse público. Não é simplesmente produzir releases para vender o cliente por goela abaixo da imprensa.
Assessores precisam, assim como em redação, elaborar pautas que tenham relevância e, para isso, é necessário correr atrás de informações, levantar dados e confrontar números. Há todo um processo e apuração da notícia para chegar ao resultado final. Claro que, em redações, esse trabalho acontece com um volume maior em quantidade. Por isso, quando o jornalista migra para comunicação corporativa, já tem esse processo de produção na palma da mão.
Concluindo…
O jornalista vindo de redação serve como bom ele entre os dois lados do balcão. Ter passado por ambos os lados da moeda contribui para exercer a melhor versão de cada uma das funções. Estrategicamente, ao atuar como assessor de imprensa e, ainda, possuir experiência em redações, impacta diretamente no resultado final do profissional ao executar as boas práticas desse relacionamento entre partes.
Essa constante migração de jornalistas de redação para o mercado de comunicação corporativa ajuda a melhorar o nível do trabalho. Afinal, a experiência de ter vivido do outro lado é fundamental para conhecer os melhores gatilhos. Os cases de sucesso citados neste texto, e outros incontáveis que acontecem cada vez mais, mostram que essa mudança de ares e funções costuma render excelentes resultados e diversos empreendimentos de sucesso, como agência de comunicação marketing, publicidade e relações públicas.