O estúdio de fotografia Roni Sanches cresceu muito rapidamente em uma década com fotos de famílias e bebês. A Agência Contatto trabalhou o posicionamento do estúdio como expert em fotografia newborn. Talita Scott, sua fundadora, conta este estudo de caso na edição #161 do Podcast-se, que você ouve a seguir. O podcast está disponível também no Spotify. Leia abaixo o resumo do bate-papo.
Cassio Politi: Qual era o desafio quando vocês começaram a fazer assessoria do Roni Sanches?
Talita Scotto: O estúdio do Roni Sanches está com a gente há oito anos e nós estamos no mercado há dez. Eles praticamente começaram junto com a gente. Eu lembro que a gente fez uma reunião numa sobreloja, onde funcionava o estúdio, que era bem pequeno. No final do nosso trabalho como assessoria, eles já estavam numa casa de quase 500 metros quadrados, cheia de estúdios, cada ambiente da casa com um cenário diferente. Foi muito satisfatório para a gente. No início, o nosso principal desafio era lançar o Roni no mercado e passar toda a segurança que envolvia o trabalho de fotografia com bebês, no caso os newborns, que são os recém-nascidos. Era algo que estava começando no Brasil. Ainda se discutia se era algo saudável para a mãe e para o bebê. A fotografia newborn é geralmente recomendada entre sete e quinze dias de vida. Tirar o bebê de casa, levar para um ambiente que não é dele envolve uma relação da segurança. Precisávamos, então, colocar o Roni como um grande especialista no mercado e deslanchar nesse assunto. A primeira coisa que a gente fez foi trabalhar dicas de segurança, de como funcionava a fotografia newborn no Brasil, o que precisava ter, qual era a estrutura necessária, a temperatura do estúdio, o tempo de duração do ensaio. A gente fez vários materiais educativos e conseguiu atingir resultados muito positivos em portais de renome, primeiro trabalhando na galeria de imagem, depois trabalhando também a questão de segurança. Vencida essa primeira etapa, a gente partiu para as parcerias com celebridades, esportistas, cantores, jogadores de futebol. Oferecemos ensaios em troca de divulgação com a Jaqueline, do vôlei, a dupla Marcos e Belutti, as jornalistas Glória Vanique, Flávia Freire e Lucilene Caetano e outras personalidades. A gente foi criando essas diversas parcerias e fazendo esses registros não só naquele momento, quando estava para ganhar o bebê, mas também em datas sazonais, quando a criança fez um ano, dois anos e por aí vai. A gente estabeleceu uma relação de confiança durante os anos seguintes e o resultado foi surpreendente. O Roni acabou se introduzindo dentro do universo artístico e se tornou um fotógrafo não só da carteira de clientes dele, mas procurado por celebridades também. Essa foi uma grande sacada.
Num trabalho como esse, ter um famoso como parceiro já é a mensuração do resultado em si? Quero dizer, conseguir essa parceria acaba sendo o objetivo? Porque ter um global fazendo a foto com o Roni, e expondo isso em redes sociais, vai influenciar milhares de pessoas a querer depois fazer uma foto com ele só porque alguém desse quilate fez. Está certo o que eu estou falando?
Com certeza. Era a esse ponto que a gente queria chegar: consagrar o nome dele. Esse é o resultado que você tem depois que uma celebridade está no seu estúdio. Muitas vezes, a gente chegou a chamar a imprensa segmentada para acompanhar esses artistas dentro do estúdio para fazer uma exclusiva. Outro ponto importante é a sazonalidade. É óbvio qualquer assessor de imprensa faz isso, mas é uma questão de tentar identificar nessas datas o potencial que esse cliente tem para poder inovar. Eu me lembro de um grande resultado que eu tive na Copa de 2014 aqui, no Brasil. O Roni criou uma galeria exclusiva para a Copa, e a gente soltou isso na imprensa. Eram vários bebês vestidos com a bandeira do Brasil, num cenário de futebol. Tinha menino e menina recém-nascidos, e algumas crianças maiores também. Era uma galeria muito positiva. A imprensa estava cobrindo a Copa em peso aqui. O programa da Ana Maria Braga ficou durante 45 dias, todo o período da Copa, até o Brasil ser desclassificado, com as fotos do Roni ampliadas em vários quadros como cenário decorativo do estúdio deles. Eu lembro que a Ana Maria abria o programa dela, agradecia ao Roni Sanches, o fotógrafo que cedeu as fotos lindas da Copa do Mundo. Se eu fosse mensurar, qual é o valor de uma exposição na Rede Globo durante todo o período de Copa? É algo milionário.
É literalmente milionário. Vira uma grife. É aquela coisa: quanto vale uma bolsa no shopping? Sei lá: R$ 700? Põe uma etiqueta de uma tal de Louis Vuitton. Quanto passa a valer, não é? É a mesma coisa: quanto vale uma foto da sua família, do seu bebê? Vale R$ 300. Quanto vale uma foto com aquela pequena grife chamada Roni Sanches? Vale X vezes mais. Realmente, é milionário.
Depois de ter entrado esse período da Copa, na Páscoa a gente entrou novamente em galeria na Ana Maria Braga. Ficou uma semana e meia no período pré-Páscoa só para decorar o cenário. Foi uma parceria que se estendeu para uma outra data. E tem uma última parte estratégica que eu gostaria de citar. Houve um ano, no dia Internacional da Síndrome de Down em que a imprensa trabalhava muito em relação a conscientização da data, da inclusão. Mas ninguém estava trabalhando algo mais relacionado à família que recebe uma criança com Down. Ao pesquisar, não encontrei quase nada na mídia sobre isso, somente sobre inclusão. Na hora, eu peguei o telefone: “Roni você já fotografou em algum momento uma família que tem alguma criança com Síndrome de Down?”. E ele: “sim, já fotografei”. Ele me mandou essas fotos e soltamos uma galeria. Fiz uma entrevista com o Roni sobre o impacto do trabalho dele, o que ele sente na hora de fazer esse tipo de registro. Ele deu um depoimento lindo sobre o assunto. Essa galeria saiu no Brasil, na Espanha, no Chile e nos Estados Unidos. Foi um grande reconhecimento. Não tem como negar.