Automação PR: como gerar resultados em apenas 3 passos
Segundo o artigo publicado pela Sales Hacker “PR Automation: 3 Ways to Kill Brain Numbing Tasks Forever”, e-mails frios seriam uma grande aposta para o trabalho de PR, principalmente quando alinhados a um fluxo de automação bem estruturado.
O site aponta que, de uma forma mais ampla, as orientações para dialogar com clientes também podem ser aplicadas ao relacionamento com jornalistas. Isso porque existem diversas semelhanças entre os dois, vendas e de automação de PR, tanto nas ferramentas, quanto nas táticas utilizadas.
Neste material, iremos mostrar como essa teoria pode ser aplicada. Saiba como agilizar, e otimizar, seu processo de PRpor meio da automação.
A principal regra: crie relacionamentos
A principal orientação para o processo de vendas é criar relacionamentos com o cliente. O mesmo se aplica à automação de relações públicas, onde seu sucesso depende diretamente da abordagem e da forma como você se relaciona com o jornalista.
Uma dica valiosa é iniciar o relacionamento com o jornalista, ou com o influenciador, sem atrelar nenhuma demanda ao primeiro contato. O seu primeiro email para ele não deve pedir uma menção na imprensa, mas sim, promover uma apresentação, uma aproximação entre as partes.
No processo de vendas, você não envia um e-mail comercial para quem não conhece sua marca. Você sensibiliza o cliente, identifica suas necessidades e perfil, e só então oferece o produto se este for pertinente. O mesmo deve ser considerado para os objetivos de PR.
Não espere até o último minuto. Entre em contato com os jornalistas, blogueiros e influenciadores antes de precisar deles, Dmitry Dragilev, fundador da JustReachOut
É comum que as empresas concentrem seus esforços apenas em estratégias de fundo de funil, voltadas para o resultado final. Sendo assim, é preciso promover uma mudança de pensamento, onde o rastreamento e o acompanhamento sejam parte do processo, sem ignorar o aspecto do relacionamento.
É por meio dessa abordagem, do relacionamento, que você irá obter resultados ainda melhores em todo o processo a seguir. Considere-o uma premissa para as próximas etapas.
Etapa 1: Construa um mailing para prospecção
O primeiro passo para criar uma automação de PR bem estruturada é, certamente, a criação de uma lista com os jornalistas, blogueiros e influenciadores que você pretende atingir.
É por meio de uma seleção qualificada de profissionais que você irá garantir as melhores ligações e o maior número de conversões. Para não se confundir quanto aos critérios ideais para seleção desses contatos, saiba quais são os dois qualificadores sugeridos pela Sales Hacker:
1) Esses contatos cobrem editorias ou segmentos que dialogam com a sua marca?
Escolha, para compor seu mailing, pessoas que façam a cobertura do seu mercado. Se o seu trabalho é focado na área de tecnologia, um jornalista especializado em esportes dificilmente será o melhor contato para você, mesmo quando, por eventualidades, alguma pauta faz a intersecção entre diferentes segmentos.
2) A audiência desses contatos é grande e engajada?
Ter um bom resultado depende, significativamente, de atingir pessoas que tenham um grande alcance. Para isso, esteja atento à taxa de engajamento dos canais no qual seu contato se comunica, avalie se ele apresenta muitos leitores informais ou se o nível de envolvimento com as publicações é mais sólido. Compartilhamentos e comentários podem ser bons indicadores.
Como sugestão, campos válidos para esse mailing seriam: nome, email, site e perfis em redes sociais. O ideal é que a planilha seja enxuta, sem muitas informações desnecessárias. Se considerar pertinente, adicione um campo para notas e observações.
Na avaliação sobre conteúdo realmente interessante que recebem das assessorias, mais da metade dos jornalistas (61%) diz que essa é uma ocorrência mais esporádica do que costumeira. Somente 10% dos emails recebidos podem realmente ser aproveitados. Isso direciona a definição de relevância e taxa de abertura para assuntos de email bem trabalhados (97%), bem como remetentes confiáveis ou conhecidos (44%).
Não é de costume do jornalista trabalhar com informações em “off”, sendo um pedido que poucos recebem dos assessores (51%). Quando é feito, a informação é negada de prontidão. 27% dos jornalistas diz que, quando esse pedido é feito, abala o relacionamento com o assessor.
Encontrando os contatos ideais
Sua lista de contatos será composta, basicamente, por jornalistas, blogueiros e influenciadores, pessoas com capacidade de interação e mobilização social. Para encontrar essas pessoas, o Google é sempre uma das melhores alternativas.
Procure, essencialmente, por profissionais que escrevem sobre seu espaço de negócios. Se a pesquisa estiver mais voltada para jornalistas, o modo de pesquisa “notícias” do Google pode apresentar resultados mais direcionados e com maior relevância.
Sua busca, geralmente, resulta em publicações que podem ser divididas em três categorias:
- Veículos de nicho, mas com atividade abrangente. Por exemplo, um blog de tecnologia que também escreve sobre energia limpa e outros temas correlatos.
- Sites sobre notícias gerais, como grandes veículos, que também cobrem o seu segmento. Por exemplo, um grande jornal que possui um caderno para tecnologia.
- Publicações focadas em nichos específicos, falando exclusivamente sobre especificidades do segmento. Por exemplo, um blog que escreve somente sobre energia limpa.
Vale pontuar que, quanto mais focado em segmentos específicos for o veículo, mais difícil é desenvolver conteúdos relevantes para sua mobilização. Além disso, uma dica do site é priorizar blogueiros e jornalistas que dirigem seus próprios canais, isso estreita e facilita a comunicação. Não deixe de registrar seus nomes e os links de suas publicações.
Identificando os e-mails desses contatos
Para encontrar resultados relevantes, e ligá-los à sua planilha, alguns recursos e ferramentas são bem efetivos. Organicamente, redes sociais podem ser uma boa alternativa. É comum que jornalistas e influenciadores disponibilizem seus contatos nessas redes, principalmente no Twitter e Facebook.
Ao contrário dos grandes executivos, jornalistas não protegem seus contatos profissionais, muito pelo contrário, eles são fundamentais para sua dinâmica de negócio. Algumas ferramentas, como o Followerwonk, contribuem para a prospecção de contatos no Twitter, por exemplo.
Além disso, alguns recursos podem tornar este trabalho ainda mais fácil. A contratação de um serviço de mailing imprensa, por exemplo, seria uma solução rápida para a maioria das buscas. Com atualização frequente, você só precisa segmentar o filtro de busca conforme suas necessidades.
Saiba mais aqui.
Outros sistemas podem ajudar, o Email Hunter e o LeadIQ são alguns exemplos. Esses serviços, e outros muitos no mercado, encontram o padrão de nomeação que é usado para alguns domínios, identificando uma possível listagem de emails válidos. Confira o resultado no Hunter para a busca “TechCrunch”.
Etapa 2: Otimize seu modelo
Idealmente, a melhor forma de se relacionar com os contatos seria definindo diferentes estratégias para cada segmentação. Mas, infelizmente, o tempo e os recursos são limitados.
Sendo assim, uma das melhores alternativas é a criação de modelos de e-mail efetivos, planejados e alinhados para o seu tipo de público. Jamais busque modelos aleatórios na internet, o jornalista provavelmente já está saturado por esse tipo de abordagem.
Uma forma de começar é criando diferentes tipo de mensagem e enviando para alguns clientes potenciais. O resultado dos envios vai apontar o caminho ideal para a estruturação do seu modelo personalizado.
Criando seu modelo
Entre todas as possíveis orientações para a criação do e-mail ideal, a principal delas é: sempre diga algo construtivo antes de simplesmente pedir algo em troca.
Antes de pedir ao jornalista para publicar algo sobre você, mostre a ele quem você é, porque sua empresa e o veículo dialogam, e como a publicação seria algo valioso para as duas partes. Existem duas formas de fazer isso: por meio de um elogio genuíno, ou respondendo uma dúvida ou comentário público que ele tenha feito recentemente.
Para qualquer uma das opções, seja sempre autêntico. Não faça comentários rasos ou elogios sem valor, estruture uma resposta relevante e pontue algumas coisas que ele tenha dito. Quando enviar o primeiro e-mail, por exemplo, fale sobre algum artigo que ele escreveu ou material que produziu.
Nesses casos, quanto mais específicos forem seus comentários, melhor, é um recurso poderoso para criar empatia no primeiro contato.
Esta estrutura pode te ajudar:
- Saudação personalizada
- Escolher a saudação adequada ajuda muito a evitar as caixas de spam. Não utilize cumprimentos informais ou muito comerciais, apresentações simples como “olá, {primeiro nome} são a melhor alternativa.
- Elogio autêntico
- Fale sobre algo que o jornalista tenha publicado ou compartilhado recentemente. Comente com profundidade qual foi sua percepção sobre o conteúdo e busque elogiar, genuinamente, aquilo que lhe agradou.
- Ofereça ajuda ou esclarecimento
- Busque, por meio dos feeds sociais e de outros canais, perguntas que foram feitas recentemente. Dentro daquilo que conhece, dê dicas e aconselhamento, faça com que o contato seja valioso.
- Seu objetivo central
- Utilize apenas uma frase para explicar quem você é e o motivo do seu contato. Apresente-se mostrando como o contato com você pode beneficiá-lo.
- Seu “call to action”
- Sua assinatura
Peça, claramente, e de forma persuasiva, aquilo que busca no contato por e-mail. Evite rodeios para que a mensagem não perca a transparência. Inclua o seu nome, cargo e empresa. Também é válido incluir os perfis em redes sociais e o link para algum projeto do qual se orgulha.
É importante entender que este modelo não é estático, é apenas uma sugestão para contatos iniciais, que deve ser ajustado conforme as percepções que receber.
Observe também a forma como as pessoas que está prospectando escrevem. É uma técnica trabalhosa, mas válida, principalmente para contatos muito relevantes como macro influenciadores e personalidades da imprensa.
Métricas e rastreamento de e-mails
Durante este processo você só irá, realmente, interpretar a receptividade dos seus e-mails se tiver recursos para rastrear, e monitorar, a forma como serão recebidos. Com elas, pode julgar as diferenças entre seus próprios disparos e outros do mercado.
Assim, antes de disparar seus e-mails, crie formas de acompanhá-los e saber se foram abertos. Isso ajuda a identificar as melhores abordagens e assuntos, ajustando essas mudanças quando criar os modelos seguintes. Alguns sistemas podem ajudar nesse monitoramento, como o Mixmax e o HubSpot.
Se otimizar o conteúdo do seu modelo, ajustando conforme avaliar pertinente, pode alcançar taxas altíssimas de resposta acima de 50%. Para fazer essa otimização, seguem algumas dicas:
1) Concentre-se nos benefícios
A relação com os jornalistas e blogueiros não é de altruísmo. Eles podem estar dispostos a te ajudar, mas isso não significa que irão fazer algo por você sem retribuição alguma. Assim, cada e-mail que enviar deve estar focado no benefício para ele, a curto e longo prazo.
O benefício deve estar alinhado com os objetivos do seu contato. Identifique os argumentos que realmente tenham valor para ele e que estimulem o interesse.
2) Seja substancial com sua ajuda
Ser substancial é uma das principais táticas para se destacar e atrair atenção. Você deve fugir dos modelos comuns de interação – com frases superficiais seguidas por um pedido direto – que chegam às dezenas para o jornalista.
Ofereça-o algo realmente valioso. Por exemplo, se ele tem interesse por viagens, disponibilize sugestões de hotéis e de roteiros, ganhe sua confiança e proximidade.
3) Use um “call to action” forte
Um bom CTA aumenta significativamente suas chances de ter uma resposta. Algumas dicas podem contribuir para que o objetivo do e-mail fique mais claro e o apelo de retorno mais acionável.
São eles: adicionar urgência ao prazo, mencionar escassez ou quantidade limitada de algo que está sendo oferecido (como quantidade de convites ou inscrições) e ter uma pergunta clara e objetiva (em linha separada).
4) Utilize a prova social e empregue autoridade
De acordo com o Dr. Robert Cialdini, prova e autoridade social são os dois pilares da persuasão e podem transformar o tráfego frio em leads potenciais. Quando utilizamos frases como “mais de 60% dos leitores…” estamos enfatizando que a maioria tem uma opinião sobre determinado assunto, influenciando os demais por meio da prova social.
Quanto à autoridade, empregamos ao discurso figuras que autoridade que o outro conheça. Por exemplo, fale que seu texto já foi publicado por um grande veículo, mencionando-o, ou que seu evento contou com a participação de muitos nomes relevantes, evidenciando cada um.
Por fim, avalie os resultados de seus envios e transforme seu melhor e-mail, aquele com índices relevantes de abertura e resposta, em um modelo ideal.
Etapa 3: automatizar e dimensionar seu disparo de emails
Agora que já selecionou sua lista de prospecções ideais, assim como estabeleceu seu modelo de e-mail, o próximo passo é automatizar esse processo por meio da divulgação com mala direta.
Por mala direta, falamos em pegar dados de uma fonte externa, como uma base ou planilha, e mesclá-los com o modelo de e-mail. Isso significa que, se você tem um mailing com aproximadamente 300 contatos selecionados, pode criar rapidamente 300 e-mails com trechos personalizados que façam a combinação dos dados coletados.
O Mixmax, já mencionado anteriormente, apresenta alguns recursos que podem ser aplicados com esse objetivo, mas diversas ferramentas de automação podem ajudá-lo. Basta exportar sua planilha de contatos com campos devidamente criados, que dialoguem com a estrutura do e-mail modelo.
Se a planilha for devidamente exportada, com todos os campos corretamente preenchidos, o sistema deve reconhecer imediatamente as variáveis. Você só precisará criar a campanha de e-mail, utilizando o modelo mencionado no passo 2, e selecionar o envio para essa segmentação específica.
Pronto. Faça os disparos e avalie como a abordagem foi recebida. Você deve ir ajustando seus e-mails conforme o relacionamento com jornalistas específicos for mudando. Esteja atento ao suporte e à continuidade do relacionamento, ambos são fundamentais para a perenidade do contato e para os bons resultados em PR.
Assim, aproveite o modelo, coloque-o em prática e perceba o quanto recursos como esse podem impactar em sua produtividade e alcance.