Pesquisa promovida pelo Portal Comunique-se contou com a participação de mais de 300 jornalistas de redação para definir os assessores de imprensa na visão destes profissionais
A atuação de assessores de imprensa e jornalistas possui algumas similaridades. O assessor, assim como o jornalista que atua na redação, cumpre a função de apurar informações diariamente, por exemplo. Ele também produz materiais — geralmente releases — para divulgação de seus clientes, que podem ser usados na íntegra, ou até mesmo em uma nova matéria, produzida pelo jornalista.
A pesquisa “Assessores de imprensa na visão dos jornalistas”, promovida pelo Portal Comunique-se, busca entender como anda relação entre estes profissionais, que dependem um do outro no dia a dia de trabalho. Afinal, o assessor é a ponte entre o jornalista e a pauta. O relatório foi produzido pela primeira vez em 2017 e está em sua segunda edição em 2020.
Este artigo é baseado em dados da pesquisa citada acima — que contou com a participação de mais de 300 jornalistas de redação.
A importância da relação entre assessores de imprensa e jornalistas
Segundo o levantamento, 50,8% dos jornalistas consideram o trabalho do assessor como primordial para sua atuação, enquanto 42,6% disseram que às vezes ajuda, mas às vezes atrapalha; e 4,3% classificam como indiferente no dia a dia. Por fim, 2,3% consideram que mais atrapalha do que ajuda.
Perguntados sobre a relevância do trabalho do assessor neste momento de pandemia, 36,2% dos jornalistas respondentes classificaram como muito importante, 29,6% como importante, 27,9% como normal, enquanto 6% alegam ser ruim e 0,3% muito ruim.
Melhores práticas para envio de release
O envio de releases é algo que acontece diariamente numa assessoria, assim como o recebimento destes na redação. No entanto, neste último caso, isso pode acabar acontecendo em excesso. O jornalista recebe tantos materiais que, no fim das contas, pode nem conseguir analisar ou utilizar o material, e o trabalho do assessor pode ter sido “em vão”.
Esse é um grande motivo para que as boas práticas sejam adotadas pelos assessores. Segundo 41% dos jornalistas entrevistados, a preferência para recebimento de releases é qualquer dia — menos sábado e domingo. A segunda-feira foi a opção mais escolhida, com 13%.
Os respondentes também afirmam que o assunto do e-mail ainda é o fator primordial para aproveitar ou não um release, com 23%. Em seguida, vem a densidade do material divulgado (13%) e o remetente/fonte (11%). Contudo, 8% alegam que recebem releases de editorias distintas das que cobrem — e isso é um fator para que a caixa de entrada do jornalista fique mais cheia.
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Melhores práticas para follow up
O follow up é um dos assuntos mais polêmicos. Essa prática, feita pelo assessor, consiste em contatar o jornalista para monitorar se o material enviado será aproveitado ou não. No entanto, a má administração dessa estratégia pode desgastar ambos os lados.
De acordo com os resultados da pesquisa, o melhor horário para um jornalista de redação receber ligações de follow up de assessores de imprensa é entre 15h e 17h. Com relação ao dia, 47,2% afirmam que pode ser em qualquer dia — menos fim de semana. A segunda-feira — assim como no recebimento de releases, citado anteriormente — é o dia mais votado, com 15%.
E quando o papel se inverte?
Em alguns casos, os jornalistas podem recorrer aos assessores para procurar pautas ou fontes para suas matérias, ou vão diretamente até essas fontes. Questionados sobre os meios assertivos na hora de buscar informações para a produção de conteúdos, 24,3% disseram que ligam para os assessores, 22,8% enviam e-mail e 19,7% mandam mensagem no WhatsApp do assessor; enquanto 18% utilizam a sala de imprensa no site da empresa, 12% recorrem às redes sociais e 2,8% utilizam a aba de “fale conosco” do site.
A preferência dos jornalistas na cobertura de eventos
Outro ponto que faz parte dessa relação é a cobertura de eventos. Neste caso, o assessor convida o jornalista para cobrir um evento no qual o seu assessorado esteja promovendo ou participando, a fim de impulsionar a divulgação.
Sobre a preferência dos jornalistas, 33,6% preferem eventos presenciais, mas por vezes não conseguem se deslocar da redação; 31,9% gostam de cobrir os dois formatos de evento — online e presencial —, 20,9 % preferem o formato online e 13,6% não declararam preferência.
O uso de chats de mensagens instantâneas
Com o avanço da tecnologia, os meios de contato entre assessores e jornalistas se expandiram, deixando de ser apenas por telefone e e-mail. Hoje em dia, muitos assessores utilizam aplicativos de conversa e redes sociais para contatar o jornalista.
Questionados sobre novos canais de comunicação — como WhatsApp, Telegram e Messenger —, 55,5% dos respondentes disseram que esse recurso nunca deve ser utilizado. Em contrapartida, 41,9% afirmam que deve e pode ser utilizado sempre e 2,6% responderam que pode ser utilizado, desde que seja acordado previamente.
Conclusão
O contato entre assessores e jornalistas é algo que nunca deixará de existir enquanto ambas as profissões existirem. Por isso, uma boa relação é fundamental para o trabalho de todos. A pesquisa “Assessores de imprensa na visão dos jornalistas” busca entender as dificuldades dos jornalistas de redação perante a função dos assessores de imprensa, para ajudar a manter essa relação o mais saudável possível.
O relatório completo pode ser acessado neste link.