Frequentemente, a gente costuma ‘ouvir’ que a mídia tradicional está morrendo. Mas ao analisar alguns dados recentes, essa afirmação pode ser facilmente desmistificada. Indo mais afundo, recentemente, a audiência deste meio recebeu um aumento expressivo devido à pandemia. Os índices sofreram alterações ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
E tais números trazem diversos insights, principalmente no aspecto corporativo. Seja em ações de publicidade ou até mesmo em trabalho de relações públicas — mídia espontânea. Para se ter uma ideia, somente no primeiro semestre de 2019, o rádio recebeu mais de 73 mil anunciantes no Brasil.
E para quem atua do outro lado do ‘balcão’ das redações, por exemplo, o aumento de audiência também é um prato cheio. É o caso das assessorias de imprensa. Com uma audiência maior nos meios de comunicação, uma ação estratégica bem executada pode render resultados significativos.
Audiência do Rádio no Brasil
Segundo estudo recente da Kantar IBOPE Media, o rádio possui uma média de consumo de 4h33. Tal mídia, atualmente, alcança 83% dos brasileiros. Dentro do recorte, a pesquisa aponta que conteúdos noticiosos são os temas mais procurados por 70% dos ouvintes.
Fonte: Kantar IBOPE Media EasyMedia4
Outro dado que chama bastante atenção neste estudo é o fato de que a maioria escuta rádio em casa, exatamente 70% dos ouvintes. O que elimina aquela falsa sensação de que as pessoas só consomem rádio quando estão estagnadas dentro do carro no trânsito.
Vale ressaltar ainda a importância da mídia digital para os meios tradicionais. O digital pode ser utilizado como um completo na audiência do tradicional e não necessariamente ser segregador do público.
O que nos leva a entender a importância de trabalhar com um “mix”, unindo os dois lados da moeda a fim de explorar o potencial em conjunto de ambos. Na mesma pesquisa, 20% dos ouvintes de rádio, por exemplo, afirmam que consomem o conteúdo via smartphone, enquanto outros 3% escutam rádio via computador.
Audiência da TV no Brasil
A televisão segue a mesma linha do rádio. O tempo de consumo aumentou cerca de 20% durante este período de pandemia, segundo dados do Ibope. E o perfil do público mudou bastante com relação aos últimos anos, com ênfase para o público mais jovem — que naturalmente já possui uma preferência por meios digitais — com 21% de crescimento no tempo dedicado à atividade.
Outro ponto importante para a discussão é com relação à confiança na fonte da informação. De acordo com uma pesquisa realizada pela Globo, 74% da população diz confiar nas informações disseminadas pela TV aberta e 72% na TV por assinatura.
A questão é que o meio, além do crescimento neste período, mostra-se um elemento fundamental para marcas que querem fortalecer ou até mesmo construir autoridade junto ao seu público. Logo, gerar visibilidade nesse meio é algo que precisa ser levado em consideração nas estratégias de comunicação corporativa.
Mudança de perfil do consumidor
O perfil do consumidor mudou e vai continuar mudando. Para Gabriel Roveri, Diretor de Mídia da Talent Macel, a discussão atual parece estar mais baseada na qualidade do conteúdo consumido do que propriamente na mídia que está sendo utilizada para tal.
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A conversa com Gabriel Roveri foi tema do #242 episódio do Podcast-se, que foi ao ar em Agosto de 2020 — que você ouve abaixo.
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